Controle ou Liberdade? As Redes Sociais no Centro do Debate Político e Econômico

Descubra como as novas regras de liberdade de expressão da Meta, anunciadas por Mark Zuckerberg, impactam a democracia, o mercado digital e o debate político no Brasil. Saiba mais sobre os desafios, mudanças estratégicas e o impacto econômico para negócios dependentes das redes sociais.

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Andréa Amazonas

1/8/20253 min read

O vídeo postado Mark Zuckerberg, CEO da Meta (Facebook e Instagram) caiu como uma granada atingindo o mercado de Comunicação e, especialmente, o Marketing Político.

No vídeo, ele cita "tribunais secretos" latino-americanos forçando as empresas de mídia a retirar conteúdos de suas plataformas, fazendo uma referência indireta ao Brasil e ao que tem acontecido com frequência aqui desde o início do governo atual.

Temos alguns pontos importantes a ponderar:

1) Zuckerberg segue a linha adotada pelo X de Elon Musk, com moderação comunitária, onde posts podem ser contestados pela comunidade com notas de especialistas dos tópicos. A nova abordagem da empresa corre o risco de esbarrar em leis de outros países, como aconteceu aqui no Brasil onde a plataforma X ficou suspensa por descumprimento de ordem judicial.

2) Zuckerberg admitiu que a Meta realmente vinha "silenciando" esse tipo de conteúdo nos últimos anos e agora voltará a incentivar o debate político. Donald Trump vira uma espécie de embaixador desse reposicionamento estratégico (empresarial da Meta e governamental dos EUA). A empresa transfere os times de moderação de conteúdos da Meta da Califórnia para o estado do Texas, numa demonstração política clara de que a empresa tende à direita politicamente.

3) A intenção, segundo o CEO da Meta, é que as redes sociais não sejam árbitros da verdade, limitando informações e mostrando apenas um lado, com a chance de imposições ideológicas partidárias por parte de partidos.

4) Um embate público com a suspensão do Facebook e Instagram no Brasil seria muito mais prejudicial pra comunidade do que foi X, pois são plataformas de comunicação mais abrangentes e com mercados que movimentam dinheiro de verdade no país. Se você tem seu negócio totalmente dependente das redes sociais, é bom ficar atento!

👇🏻 As novas regras sobre liberdade de expressão para Instagram, Facebook e Threads, anunciadas por Zuckerberg, foram as seguintes: 👇🏻

1) Substituir verificadores de fatos por notas da comunidade (semelhantes ao X de Elon Musk);

2) Simplificar políticas de conteúdo e acabar com um monte de restrições sobre tópicos como imigração e gênero, que estão fora de contato com o discurso dominante;

3) Mudar a forma como são aplicadas as políticas para reduzir os erros que causam a grande maioria da censura nas plataformas;

4) Trazer de volta o conteúdo cívico;

5) Mover as equipes de confiança, segurança e moderação de conteúdo para fora da Califórnia. A revisão de conteúdo nos EUA será no Texas;

6) Trabalhar com o presidente Trump para reprimir os governos em todo o mundo que estão indo atrás de empresas americanas e pressionando por mais censura.

EDITORIAL AMAZONA/REPUTAÇÃO DIGITAL

Quando falar o que se pensa incomoda quem está no poder, há uma desordem grave na democracia.

A democracia não é apenas a presença de eleições no país. Existem muitas ditaduras onde eleições acontecem e são manipuladas. O princípio da democracia é o livre-pensar.

Algumas características da democracia pura, segundo o teórico político Robert Dahl (fonte: Politize!)

* Liberdade de formar e aderir a organizações;

* Respeito às minorias e busca pela equidade;

* Liberdade de expressão;

* Direito de voto;

* Elegibilidade para cargos públicos;

* Direito de líderes políticos disputarem apoio e, consequentemente, conquistarem votos;

* Garantia de acesso a fontes alternativas de informação;

* Eleições livres, frequentes e idôneas;

* Instituições para fazer com que as políticas governamentais dependam de eleições e de outras manifestações de preferência do eleitorado.

Nos sistemas democráticos atuais, muitas destas características estão ausentes ou foram suprimidas.

No Brasil, vê-se um governo lutando para controlar o que é dito nas redes sociais travestindo a intenção de "controle de fake news", ou de "desordem informacional”.

Como jornalista e empresária, me preocupa não só o "controle" da livre expressão, mas o que isso vai impactar economicamente no país. Milhares de pessoas poderão perder seus investimentos que são focados nessas plataformas digitais; como eu sempre digo, em casas alugadas. O impacto social será desastroso para muitos.

Na sua opinião onde está o problema? No controle do que você pensa e diz, ou nos veículos que proporcionam a exposição da sua opinião?

Pense bem.